Há umas duas semanas uma aluna de Paisagismo e Jardinagem me procurou com folhas de azaléia (gênero Rhododendrom) apresentando um "pó branco". Espécie de "mofo", o pó branco consiste no fungo conhecido como Oídio. Na fase sexuada, a espécie em questão recebe denominação de Microsphaera azaleae. Na fase assexuada, o mofo pode ser assim classificado:
Reino Fungi
Divisão dos Ascomicetos
Classe Leotiomycetes
Ordem Erysiphales
Família Erysiphaceae
Gênero Oidium
Abaixo, uma imagem de um Oidium para sabermos com "quem" estamos tratando:
A sintomatologia pode iniciar com simples pontos deste pó branco e evoluir a ponto do fungo tomar conta de toda a superfície foliar. O que esta fitopatologia causa? Queda de folhas, redução do vigor da planta e da produção de flores e, por consequencia, de frutos.
Para tratamento, existem sugestões que vão desde o controle das condições ambientais para evitar a formação do oídio até tratamentos convencionais com fungicidas a base de enxofre.
Nas culturas extensivas a sugestão é utilizar variedades menos suscetíveis. Já em jardins, podemos recorrer ao controle ambiental como primeira tentativa de prevenção: luz, ventilação, remoção de partes atacadas, redução da umidade no ambiente, evitando a irrigação sobre as folhas, além de redução da adubação nitrogenada.
O segundo passo é partir para os tratamentos convencionais ou alternativos.
O uso de fungicidas à base de enxofre mostra-se fitotóxico. Pode-se, então, fazer uso da boa e velha calda bordalesa (passo a receita em uma postagem futura), nada mais nada menos que um fungicida cúprico de fabricação caseira.
Como tratamento convencional para o ataque de oídios cita-se o uso de leite cru de vaca, que também tem se mostrado eficiente a ponto de, inclusive, despertar o interesse da investigação científica. Como não existem referências específicas do uso do leite cru no tratamento de oídio em azaléias, repasso recomendações encontradas para outras culturas: aplicar, duas vezes por semana, uma solução com concentração entre 8 e 10% de leite cru de vaca, pulverizando sobre as folhas.
O resultado encontrado para outras plantas é, inclusive, de aumento da produtividade em virtude do acréscimo de micro e macro nutrientes vegetais encontrados no leite que não passou por nenhum processo industrial. Funciona, assim, também como adubo foliar e se mostrou, em alguns casos, mais eficiente que os fungicidas comerciais!
Jardinagem e Paisagismo da Escola Qualifica
Blog desenvolvido pela Prof.ª Fabíola Sostmeyer Polita, docente da Escola Qualifica, reunindo suas experiências profissionais nas áreas do Paisagismo e Jardinagem.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Minhas andanças atrás de jardins VI: le Jardin des Tuileries
Traduzido para o português como Jardim das Tulherias, localizado no centro de Paris, entre o Louvre, o rio Sena, a Place de la Concorde e a Rue de Rivoli, recebeu este nome porque nas proximidades do local onde foi edificado havia uma fábrica de telhas (tuiles).
O Jardim das Tulherias tem aproximadamente 25 hectares e foi também projetado por André Le Nôtre (outro projeto de Le Nôtre) , em 1664. Como outros jardins do período e no legítimo estilo francês, possui prolongamento em um eixo central que sai do Louvre e chega na Place de la Concorde e que comporta duas piscinas, uma em cada extremidade. O Museu Orangerie, que abriga coleções de Monet, já mostrado aqui, está também dentro do jardim.
O Jardim das Tulherias tem aproximadamente 25 hectares e foi também projetado por André Le Nôtre (outro projeto de Le Nôtre) , em 1664. Como outros jardins do período e no legítimo estilo francês, possui prolongamento em um eixo central que sai do Louvre e chega na Place de la Concorde e que comporta duas piscinas, uma em cada extremidade. O Museu Orangerie, que abriga coleções de Monet, já mostrado aqui, está também dentro do jardim.
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Dando uma de parisense (rs)! Interessante que estas cadeiras de ferro ficam ao dispor das pessoas em todos os jardins públicos de Paris, e ninguém as leva embora! |
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O eixo histórico que une o Louvre ao Arco do Triunfo, na Praça Charles de Gaulle (bem pequeninho, ao fundo), atravessando todo o comprimento da Champs Élysées. |
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Ao fundo, a rampa que leva ao Museu Orangerie. |
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Mamonas, tagetes, cana-índica e ao fundo lavandas topiadas. |
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Extremidade da Tulherias que desemboca na Praça da Concórdia. |
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O busto do mestre: André Le Nôtre e os nomes de todas as suas obras paisagísticas francesas. |
domingo, 8 de abril de 2012
Uma dúvida frequente: a poda da roseira
A mais encantadora de todas as flores, a rosa, é também uma das mais antigas em cutlivo pelo homem com a finalidade dela se extrair óleos essenciais para a cosmética e perfumaria, além da finalidade paisagística*.
Pertencente à família Rosaceae, gênero Rosa, de origem Asiática, chegou até as Américas através da Europa. Usualmente o grupo é dividido em quatro tipos: as rosas de corte, de haste longa; as mini-rosas, com hastes de aproximadamente 30 cm; as rosas em spray, que apresentam um conjunto de flores na mesma haste; e as roseiras trepadeiras. O vigor da planta é restaurado anualmente e sua floração é estimulada com a poda. A poda da roseira deve acontecer entre o final de junho e o final de julho, mesmo que esteja com flores. Evita que a planta assuma grande altura, conduz para a formação da copa e garante flores maiores e em maior quantidade, o que não serve, portanto, para roseiras trepadeiras. A poda reduz em 2/3 o tamanho da roseira, que volta a florescer em aproximadamente 60 dias.
A poda segue alguns passos:
1. Inicia com a eliminação de galhos secos. Galhos maiores são removidos com serrote;
2. Na sequência, os galhos verdes são podados. A partir dos galhos podados no ano anterior, conta-se 3 gemas e executa-se a poda 1 cm acima da 3ª gema;4. Galhos surgidos da base da roseira também podem ser podados, conta-se 5 ou 6 gemas e procede-se o corte 1 cm acima da 5ª ou 6ª gema. São podados um pouco mais altos para que assim se igualem em altura ao tamanho dos outros. 3. Remover galhos finos e fracos, que geralmente são aqueles do interior da roseira, e que surgiram no último ano;
Eficiência garantida, esta poda garante belas flores e controla o tamanho da roseira! Algumas lindas variedades para encher os olhos!
*As primeiras referências às roseiras são dos jardins gregos e romanos da Antiguidade. Durante a Idade Média suge o Hortus conclusus dos mosteiros, jardim fechado, secreto, restrito aos monges, construído com alusão religiosa, inspirado no Cântico dos Cânticos, e no qual as rosas começam a ser dedicadas à Virgem Maria. Interessante consulta sobre variedades comerciais em: www.portalmundodasflores.com.br/dic_10.asp
Pertencente à família Rosaceae, gênero Rosa, de origem Asiática, chegou até as Américas através da Europa. Usualmente o grupo é dividido em quatro tipos: as rosas de corte, de haste longa; as mini-rosas, com hastes de aproximadamente 30 cm; as rosas em spray, que apresentam um conjunto de flores na mesma haste; e as roseiras trepadeiras. O vigor da planta é restaurado anualmente e sua floração é estimulada com a poda. A poda da roseira deve acontecer entre o final de junho e o final de julho, mesmo que esteja com flores. Evita que a planta assuma grande altura, conduz para a formação da copa e garante flores maiores e em maior quantidade, o que não serve, portanto, para roseiras trepadeiras. A poda reduz em 2/3 o tamanho da roseira, que volta a florescer em aproximadamente 60 dias.
A poda segue alguns passos:
1. Inicia com a eliminação de galhos secos. Galhos maiores são removidos com serrote;
2. Na sequência, os galhos verdes são podados. A partir dos galhos podados no ano anterior, conta-se 3 gemas e executa-se a poda 1 cm acima da 3ª gema;4. Galhos surgidos da base da roseira também podem ser podados, conta-se 5 ou 6 gemas e procede-se o corte 1 cm acima da 5ª ou 6ª gema. São podados um pouco mais altos para que assim se igualem em altura ao tamanho dos outros. 3. Remover galhos finos e fracos, que geralmente são aqueles do interior da roseira, e que surgiram no último ano;
Eficiência garantida, esta poda garante belas flores e controla o tamanho da roseira! Algumas lindas variedades para encher os olhos!
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Variedade comercial Matisse |
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Variedade comercial Tineke |
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Variedade comercial Konfetti |
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Variedade comercial Attracta |
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Variedade comercial Kameleon |
*As primeiras referências às roseiras são dos jardins gregos e romanos da Antiguidade. Durante a Idade Média suge o Hortus conclusus dos mosteiros, jardim fechado, secreto, restrito aos monges, construído com alusão religiosa, inspirado no Cântico dos Cânticos, e no qual as rosas começam a ser dedicadas à Virgem Maria. Interessante consulta sobre variedades comerciais em: www.portalmundodasflores.com.br/dic_10.asp
sábado, 7 de abril de 2012
A maior feira de paisagismo da América Latina
Seu nome: Fiaflora! Está na 15ª edição, sempre no Parque do Anhembi (SP), já está com data marcada: 06 a 09 de outubro de 2012, das 13:00 às 21:00.
Dividida em nove áreas (Tecno, Decor, Lazer, Plantas e Flores Ornamentais, Gramados, Áreas Especiais, Manutenção e Conservação, Mostra de Paisagismo e Internacional), contou, somente no ano passado, com
206 expositores e mais de 31.000 visitantes!
Um prato cheio para quem é da área, muita novidade.. Ah, e paralelamente acontece o Congresso Brasileiro de Paisagismo, estou louca para ir, além de outros eventos simultâneos, como a 15ª edição da Mostra de Paisagismo!
Espero poder visitar também esta feira e trazer as últimas tendências para meus alunos!
Visite o site da feira e do congresso:
www.expogarden.com.br
www.expogarden.com.br/index.cfm/eventos-integrantes/15c2ba-congresso-brasileiro-de-paisagismo (ainda em formulação)
Dividida em nove áreas (Tecno, Decor, Lazer, Plantas e Flores Ornamentais, Gramados, Áreas Especiais, Manutenção e Conservação, Mostra de Paisagismo e Internacional), contou, somente no ano passado, com
206 expositores e mais de 31.000 visitantes!
Um prato cheio para quem é da área, muita novidade.. Ah, e paralelamente acontece o Congresso Brasileiro de Paisagismo, estou louca para ir, além de outros eventos simultâneos, como a 15ª edição da Mostra de Paisagismo!
Espero poder visitar também esta feira e trazer as últimas tendências para meus alunos!
Visite o site da feira e do congresso:
www.expogarden.com.br
www.expogarden.com.br/index.cfm/eventos-integrantes/15c2ba-congresso-brasileiro-de-paisagismo (ainda em formulação)
domingo, 1 de abril de 2012
Feira no jardim
A VIII Feira de Profissionais da Escola Qualifica aconteceu, em parte, no jardim da própria escola. E foi um sucesso! O dia lindo (31 de março de 2012) ajudou muito e tivemos, inclusive, massagem sob a copa das árvores e a barraca da jardinagem, com distibuição de mudinhas! Super legal! Ideia mais que aprovada, vamos repetir ano que vem!
Confira algumas fotos:
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sexta-feira, 30 de março de 2012
Mais uma viagem com meus alunos!
Dia 17 de março lá estávamos nós de novo: Tramontina Multi e Floricultura Úrsula! Duas empresas muito importantes no que diz respeito ao universo profissional da Jardinagem e Paisagismo.
A Tramontina Multi, em Carlos Barbosa, é referência nacional e internacional na produção de máquinas e equipamentos de jardinagem. Fomos recebidos novamente pelo Nilvo, que incansável nos mostrou toda a infra-estrutura. No showroom, nos apresentou à linha de jardinagem e esclareceu dúvidas.
Já a Floricultura Úrsula é uma das mais antigas do Brasil, com mais de 50 anos de história, e uma coleção de plantas ornamentais adaptadas ao nosso clima subtropical. O objetivo: praticar nomenclatura e aprender mais sobre utilização paisagística.
Foi um dia de muito aprendizado para todos nós! Muito obrigada às empresas que nos recepcionaram!
A Tramontina Multi, em Carlos Barbosa, é referência nacional e internacional na produção de máquinas e equipamentos de jardinagem. Fomos recebidos novamente pelo Nilvo, que incansável nos mostrou toda a infra-estrutura. No showroom, nos apresentou à linha de jardinagem e esclareceu dúvidas.
Já a Floricultura Úrsula é uma das mais antigas do Brasil, com mais de 50 anos de história, e uma coleção de plantas ornamentais adaptadas ao nosso clima subtropical. O objetivo: praticar nomenclatura e aprender mais sobre utilização paisagística.
Foi um dia de muito aprendizado para todos nós! Muito obrigada às empresas que nos recepcionaram!
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Na entrada da Tramontina, um monitor com a logo da escola: estávamos sendo esperados! |
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Com o Nilvo e turma, no showroom da Multi. |
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Pessoal cansado de tanto caminhar, na Úrsula. |
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O Nilvo nos falando sobre cortadores e aparadores de grama. |
Sites das empresas visitadas: http://www.tramontina.com.br/
domingo, 11 de março de 2012
Minhas andanças atrás de jardins V: os jardins do Vaticano
Pude ver pouco dos mesmos em minha visita ao Vaticano, mas os tenho estudado bastante. Conhecemos apenas o Jardim da Pinha, que leva este nome por conta de uma enorme pinha de bronze em uma das extremidades. O Jardim da Pinha, em italiano, chama Cortile della Pigna, e passou por transformações desde sua concepção.
O espaço hoje ocupado pelo Jardim da Pinha foi concebido em 1506 pelo arquiteto Donato Bramante, por ordem de Júlio II, para ligar o Palácio de Inocêncio à Capela Sistina. Inicialmente, o pátio foi dividido em patamares ligados por enromes escadarias. No extremo norte havia sido previsto um grande nicho para concluir o ponto de fuga, que hoje abriga a pinha, dando nome ao Cortile, idealizado em 1565 pelo arquiteto Pirro Ligorio.
Veja mais fotos dos jardins do Vaticano no novo site do Estado: http://www.vaticanstate.va/IT/Monumenti/GallerieFotografiche/Giardini_Vaticani
Confira algumas imagens:
O espaço hoje ocupado pelo Jardim da Pinha foi concebido em 1506 pelo arquiteto Donato Bramante, por ordem de Júlio II, para ligar o Palácio de Inocêncio à Capela Sistina. Inicialmente, o pátio foi dividido em patamares ligados por enromes escadarias. No extremo norte havia sido previsto um grande nicho para concluir o ponto de fuga, que hoje abriga a pinha, dando nome ao Cortile, idealizado em 1565 pelo arquiteto Pirro Ligorio.
Veja mais fotos dos jardins do Vaticano no novo site do Estado: http://www.vaticanstate.va/IT/Monumenti/GallerieFotografiche/Giardini_Vaticani
Confira algumas imagens:
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Fabiane com os ingressos para os Museus do Vaticano. |
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Ao fundo, cúpula da Capela Sistina. |
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Jardim da Pinha, ao fundo a obra "Sfera con Sfera", de Arnaldo Pomodoro. |
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Ao fundo, a pinha, situada no ponto de fuga do pátio. |
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A pinha que dá nome ao jardim. |
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