terça-feira, 2 de outubro de 2012

Fungos sobre folhas de azaléia

Há umas duas semanas uma aluna de Paisagismo e Jardinagem me procurou com folhas de azaléia (gênero Rhododendrom) apresentando um "pó branco". Espécie de "mofo", o pó branco consiste no fungo conhecido como Oídio. Na fase sexuada, a espécie em questão recebe denominação de Microsphaera azaleae. Na fase assexuada, o mofo pode ser assim classificado:
Reino Fungi
Divisão dos Ascomicetos
Classe Leotiomycetes
Ordem Erysiphales
Família Erysiphaceae
Gênero Oidium
Abaixo, uma imagem de um Oidium para sabermos com "quem" estamos tratando:


A sintomatologia pode iniciar com simples pontos deste pó branco e evoluir a ponto do fungo tomar conta de toda a superfície foliar. O que esta fitopatologia causa? Queda de folhas, redução do vigor da planta e da produção de flores e, por consequencia, de frutos.


Para tratamento, existem sugestões que vão desde o controle das condições ambientais para evitar a formação do oídio até tratamentos convencionais com fungicidas a base de enxofre.
Nas culturas extensivas a sugestão é utilizar variedades menos suscetíveis. Já em jardins, podemos recorrer ao controle ambiental como primeira tentativa de prevenção: luz, ventilação, remoção de partes atacadas, redução da umidade no ambiente, evitando a irrigação sobre as folhas, além de redução da adubação nitrogenada.
O segundo passo é partir para os tratamentos convencionais ou alternativos.
O uso de fungicidas à base de enxofre mostra-se fitotóxico. Pode-se, então, fazer uso da boa e velha calda bordalesa (passo a receita em uma postagem futura), nada mais nada menos que um fungicida cúprico de fabricação caseira.
Como tratamento convencional para o ataque de oídios cita-se o uso de leite cru de vaca, que também tem se mostrado eficiente a ponto de, inclusive, despertar o interesse da investigação científica. Como não existem referências específicas do uso do leite cru no tratamento de oídio em azaléias, repasso recomendações encontradas para outras culturas: aplicar, duas vezes por semana, uma solução com concentração entre 8 e 10% de leite cru de vaca, pulverizando sobre as folhas. 
O resultado encontrado para outras plantas é, inclusive, de aumento da produtividade em virtude do acréscimo de micro e macro nutrientes vegetais encontrados no leite que não passou por nenhum processo industrial. Funciona, assim, também como adubo foliar e se mostrou, em alguns casos, mais eficiente que os fungicidas comerciais!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Minhas andanças atrás de jardins VI: le Jardin des Tuileries

Traduzido para o português como Jardim das Tulherias, localizado no centro de Paris,  entre o Louvre, o rio Sena, a Place de la Concorde e a Rue de Rivoli, recebeu este nome porque nas proximidades do local onde foi edificado havia uma fábrica de telhas (tuiles).
O Jardim das Tulherias tem aproximadamente 25 hectares e foi também projetado por André Le Nôtre (outro projeto de Le Nôtre) , em 1664. Como outros jardins do período e no legítimo estilo francês, possui  prolongamento em um eixo central que sai do Louvre e chega na Place de la Concorde e que comporta duas piscinas, uma em cada extremidade. O Museu Orangerie, que abriga coleções de Monet, já mostrado aqui, está também dentro do jardim.






Dando uma de parisense (rs)! Interessante que estas cadeiras de ferro ficam ao dispor das pessoas em todos os jardins públicos de Paris, e ninguém as leva embora!


O eixo histórico que une o Louvre ao Arco do Triunfo, na Praça Charles de Gaulle (bem pequeninho, ao fundo), atravessando todo o comprimento da Champs Élysées.


Ao fundo, a rampa que leva ao Museu Orangerie.

Mamonas, tagetes, cana-índica e ao fundo lavandas topiadas.


Extremidade da Tulherias que desemboca na Praça da Concórdia.

O busto do mestre: André Le Nôtre e os nomes de todas as suas obras paisagísticas francesas.

domingo, 8 de abril de 2012

Uma dúvida frequente: a poda da roseira

A mais encantadora de todas as flores, a rosa, é também uma das mais antigas em cutlivo pelo homem com a finalidade dela se extrair óleos essenciais para a cosmética e perfumaria, além da finalidade paisagística*.
Pertencente à família Rosaceae, gênero Rosa, de origem Asiática, chegou até as Américas através da Europa. Usualmente o grupo é dividido em quatro tipos: as rosas de corte, de haste longa; as mini-rosas, com hastes de aproximadamente 30 cm; as rosas em spray, que apresentam um conjunto de flores na mesma haste; e as roseiras trepadeiras. O vigor da planta é restaurado anualmente e sua floração é estimulada com a poda. A poda da roseira deve acontecer entre o final de junho e o final de julho, mesmo que esteja com flores. Evita que a planta assuma grande altura, conduz para a formação da copa e garante flores maiores e em maior quantidade, o que não serve, portanto, para roseiras trepadeiras. A poda reduz em 2/3 o tamanho da roseira, que volta a florescer em aproximadamente 60 dias.
A poda segue alguns passos:

1. Inicia com a eliminação de galhos secos. Galhos maiores são removidos com serrote;
2. Na sequência, os galhos verdes são podados. A partir dos galhos podados no ano anterior, conta-se 3 gemas e executa-se a poda 1 cm acima da 3ª gema;4. Galhos surgidos da base da roseira também podem ser podados, conta-se 5 ou 6 gemas e procede-se o corte 1 cm acima da 5ª ou 6ª gema. São podados um pouco mais altos para que assim se igualem em altura ao tamanho dos outros.
3. Remover galhos finos e fracos, que geralmente são aqueles do interior da roseira, e que surgiram no último ano;


Eficiência garantida, esta poda garante belas flores e controla o tamanho da roseira! Algumas lindas variedades para encher os olhos!

Variedade comercial Matisse
Variedade comercial Tineke
Variedade comercial Konfetti
Variedade comercial Attracta

Variedade comercial Kameleon

*As primeiras referências às roseiras são dos jardins gregos e romanos da Antiguidade. Durante a Idade Média suge o Hortus conclusus dos mosteiros, jardim fechado, secreto, restrito aos monges, construído com alusão religiosa, inspirado no Cântico dos Cânticos, e no qual as rosas começam a ser dedicadas à Virgem Maria. Interessante consulta sobre variedades comerciais em: www.portalmundodasflores.com.br/dic_10.asp

sábado, 7 de abril de 2012

A maior feira de paisagismo da América Latina

Seu nome: Fiaflora! Está na 15ª edição, sempre no Parque do Anhembi (SP), já está com data marcada: 06 a 09 de outubro de 2012, das 13:00 às 21:00.
Dividida em nove áreas (Tecno, Decor, Lazer, Plantas e Flores Ornamentais, Gramados, Áreas Especiais, Manutenção e Conservação, Mostra de Paisagismo e Internacional), contou, somente no ano passado, com
206 expositores e mais de 31.000 visitantes!
Um prato cheio para quem é da área, muita novidade.. Ah, e paralelamente acontece o Congresso Brasileiro de Paisagismo, estou louca para ir, além de outros eventos simultâneos, como a 15ª edição da Mostra de Paisagismo!
Espero poder visitar também esta feira e trazer as últimas tendências para meus alunos!
Visite o site da feira e do congresso:
www.expogarden.com.br
www.expogarden.com.br/index.cfm/eventos-integrantes/15c2ba-congresso-brasileiro-de-paisagismo (ainda em formulação)

domingo, 1 de abril de 2012

Feira no jardim

A VIII Feira de Profissionais da Escola Qualifica aconteceu, em parte, no jardim da própria escola. E foi um sucesso! O dia lindo (31 de março de 2012) ajudou muito e tivemos, inclusive, massagem sob a copa das árvores e a barraca da jardinagem, com distibuição de mudinhas! Super legal! Ideia mais que aprovada, vamos repetir ano que vem!
Confira algumas fotos:









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sexta-feira, 30 de março de 2012

Mais uma viagem com meus alunos!

Dia 17 de março lá estávamos nós de novo: Tramontina Multi e Floricultura Úrsula! Duas empresas muito importantes no que diz respeito ao universo profissional da Jardinagem e Paisagismo.
A Tramontina Multi, em Carlos Barbosa, é referência nacional e internacional na produção de máquinas e equipamentos de jardinagem. Fomos recebidos novamente pelo Nilvo, que incansável nos mostrou toda a infra-estrutura. No showroom, nos apresentou à linha de jardinagem e esclareceu dúvidas.
Já a Floricultura Úrsula é uma das mais antigas do Brasil, com mais de 50 anos de história, e uma coleção de plantas ornamentais adaptadas ao nosso clima subtropical. O objetivo: praticar nomenclatura e aprender mais sobre utilização paisagística.
Foi um dia de muito aprendizado para todos nós! Muito obrigada às empresas que nos recepcionaram!

Na entrada da Tramontina, um monitor com a logo da escola: estávamos sendo esperados!

Com o Nilvo e turma, no showroom da Multi.

Pessoal cansado de tanto caminhar, na Úrsula.

O Nilvo nos falando sobre cortadores e aparadores de grama.






Sites das empresas visitadas: http://www.tramontina.com.br/

domingo, 11 de março de 2012

Minhas andanças atrás de jardins V: os jardins do Vaticano

Pude ver pouco dos mesmos em minha visita ao Vaticano, mas os tenho estudado bastante. Conhecemos apenas o Jardim da Pinha, que leva este nome por conta de uma enorme pinha de bronze em uma das extremidades. O Jardim da Pinha, em italiano, chama Cortile della Pigna, e passou por transformações desde sua concepção.
O espaço hoje ocupado pelo Jardim da Pinha foi concebido em 1506 pelo arquiteto Donato Bramante, por ordem de Júlio II, para ligar o Palácio de Inocêncio à Capela Sistina. Inicialmente, o pátio foi dividido em patamares ligados por enromes escadarias. No extremo norte havia sido previsto um grande nicho para concluir o ponto de fuga, que hoje abriga a pinha, dando nome ao Cortile, idealizado em 1565 pelo arquiteto Pirro Ligorio.
Veja mais fotos dos jardins do Vaticano no novo site do Estado: http://www.vaticanstate.va/IT/Monumenti/GallerieFotografiche/Giardini_Vaticani
Confira algumas imagens:
Fabiane com os ingressos para os Museus do Vaticano.


Ao fundo, cúpula da Capela Sistina.



Jardim da Pinha, ao fundo a obra "Sfera con Sfera", de Arnaldo Pomodoro.

Ao fundo, a pinha, situada no ponto de fuga do pátio.

A pinha que dá nome ao jardim.